sexta-feira, 1 de agosto de 2008

André de Biasi diz que Aristóteles irá a ilha


André De Biasi afirma que está feliz na Record. Depois de vários anos fora da TV, ele voltou às novelas, há cerca sete anos, na Globo. Ganhou um papel em "Malhação" e lá ficou por várias temporadas. O contrato acabou e a emissora carioca não quis renová-lo. Pouco tempo depois, aceitou um convite da Record e foi escalado para o papel de Aristóteles em "Caminhos do coração". O personagem sobreviveu incólume à primeira fase do folhetim. Livrou-se da sina de se transformar num mutante e emplacou na continuação, "Os mutantes", que estreou há dois meses. O ator, que viveu o Lula, na série "Armação ilimitada", um dos ícones da TV no anos 80, também está no curta-metragem "Neurose de Julia", de Joana Pimenta, que estreou essa semana no Rio. André revela que seu personagem, Aristóteles irá para a ilha!

Nesta entrevista Biasi falou sobre a mágoa que ficou da Globo, o trabalho na novela "Os mutantes" e um possível filme sobre com os personagens de "Armação ilimitada".


Como foi a sua saída da Globo?
André De Biasi
- Eu fiquei seis anos lá, todo o tempo em "Malhação". Não que não gostasse, voltar à TV foi muito importante para mim, passei a ser conhecido pela nova geração. A novela é boa, está sempre revelando novos talentos, vê o Cauã (Reymond) aí, arrasando na novela das 21h. Mas acho que fiquei tempo demais, fui subaproveitado.

Você pediu para sair de "Malhação"?
Biasi
- Sim, não foi por falta de pedidos que não saí. Pedi muito, mas não me deram outro papel. Não deveria ser assim. Essa desvalorização me levou para em outro lugar. Por isso mudei de emissora.

Tem saudade dos tempos de "Armação ilimitada"?
Biasi
- Ah, tenho, sim, muita. Era sensacional, divertido. As pessoas até hoje me param na rua, dizem que o programa marcou a infância, a adolescência delas. Nós poderíamos ter feito novamente, tenho certeza de que faríamos sucesso de novo, com novas histórias. Mas a Globo teve mil chances e não quis refazer. Imagina pegar aquele projeto, reviver aquelas histórias...

Você faria o programa novamente?
Biasi
- Claro que sim, eu adoraria. Imagino a série com uma nova geração de atores, com os personagens mais velhos. Não seria uma regravação, mas uma continuação. Mas acho difícil retomarmos esse projeto.

Como é trabalhar na Record?
Biasi
- Desde que entrei lá eu sou tratado como rei, estenderam o tapete vermelho para me receber, não tenho do que reclamar. Eu encaro esse investimento da emissora como uma coisa muito boa para a classe artística. Estão colocando as pessoas para trabalhar. Sinto que lá eu nunca vou parar, vão ter sempre um papel legal para mim. Hoje a minha camisa é a da Record


O que acha da novela? Gosta?
Biasi
- Gosto da novela, do meu personagem, adoro trabalhar com a Patrycia Travassos. Tenho ouvido muitos elogios, os jovens, principalmente, vêm falar comigo. É diferente de tudo que já foi feito na TV e isso causa mesmo um certo estranhamento. Sinto, pelo retorno do público, que a classe média não assiste. Às vezes, eu acho que tem mutantes demais, mas acho genial tentar fazer alguma coisa diferente na TV. Os novatos estranham quando recebem o texto, já ouvi gente dizendo que "não estou entendendo nada". Mas depois se acostumam. É um formato ao qual não estamos acostumados, mas é importante experimentar.


Seu personagem vai virar um mutante também?
Biasi
- Não, acho que não (risos). Sou do núcleo cômico, não vivo muito a história dos mutantes. O Aristóteles vai para a ilha onde eles vivem. Lá a coisa muda de figura. Vou reviver um pouco os meus tempos de aventura. Eu gosto de fazer, acho que vai ser bem interessante.


E o cinema? Como foi fazer o curta?
Biasi
- Fui surpreendido pelo convite, que veio de uma cineasta da nova geração, Joana Pimenta. Era uma proposta inovadora, resolvi aceitar. Quando vi o resultado, vi que tinha feito a coisa certa, ficou muito bacana. Conta a história de uma mulher bem contemporânea, vivida pela Stella Miranda, que poderia morar no Rio ou em São Paulo, tanto faz. Ela esquece que marido e filho existem para se preocupar apenas com a beleza. Ela só pensa em lipoaspiração, regimes, essas viagens para ficar bonita. E esquece que tem uma família ao lado dela. A linguagem é bem diferente também: a única pessoa que fala no filme é a personagem da Stella, que fica o tempo todo divagando. O curta fala de questões atuais, como a vaidade excessiva, a solidão, a individualidade das pessoas, é bem triste.


E o filme baseado em "Armação ilimitada"?
Biasi
- Eu adoraria. Temos um projeto, uma sinopse prontinha, está caminhando, mas ainda não posso dar uma previsão. Seria mais ou menos assim: depois de muitos anos, eles quatro (Juba, Lula, Zelda e Bacana) se encontrariam, por acaso, no aeroporto de Paris. Voltariam ao Brasil e, mesmo contrariados, teriam uma missão a cumprir. Mais do que isso eu não posso contar.

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