quinta-feira, 30 de outubro de 2008

SCRIPT Samira e Clara


CENA 4.MANSÃO. INt. DIA

SAMIRA CONVERSA COM CLARA. DRACO E TELÊ NÃO ESTÃO NO MESMO LUGAR.

SAMIRA — Por que você acha isso de mim? Quem te disse que eu não gosto de mim? Que eu não tenho amor próprio?

CLARA — Ninguém precisou me dizer. Eu sinto. Eu vejo pelo seu rosto, nos seus olhos.

SAMIRA — Você tem mais algum super poder que eu desconheço, é isso?

CLARA — Não, Samira. Não é nenhum poder especial. É sensibilidade.

SAMIRA — Sensibilidade? Isso é coisa de fracos!

CLARA — Nada disso, Samira. Sensibilidade é um dom natural de todo ser humano. Mas pra desenvolver esse dom, é preciso ter amor no coração.

SAMIRA — Pra você, tudo é motivo pra falar desse tal de amor.

CLARA — Enquanto você não souber o que é o amor, Samira, não vai conhecer a maior força criadora e transformadora que existe na face da Terra.

SAMIRA — Eu já conheço todas as forças mais poderosas que existem. E elas fazem parte de mim, são os meus super poderes... que nenhum outro mutante é capaz de igualar! Muito menos você, pirralha pernóstica, obcecada pelo discurso amoroso!

CLARA — É o que você pensa. Nenhum dos seus super poderes supera o poder do amor verdadeiro.

SAMIRA — Chega desse papo de amor. Isso é conversa pra crianças, pra gente tola, ingênua, idiota!

CLARA — Se você acha isso mesmo, por que é que tá conversando comigo?

SAMIRA FICA SEM JEITO.

SAMIRA — Tô conversando por quê... É porque... É simples curiosidade, só isso.

CLARA — Sei...

SAMIRA — É que eu não me conformo de não conseguir absorver seus poderes de cura.

CLARA — Só por isso você gostaria de saber o que é o amor?

SAMIRA — Sim. Só por isso. (PENSA) E porque eu não me conformo de não saber o que é, de não sentir tudo isso que você fala. Inferno! Eu sou super poderosa! Por que não consigo saber o que é amar?

CLARA — Talvez porque você nunca tenha sido amada. Foi criada sem mãe, sem família, acorrentada, numa cela fria...

CAM. FECHA EM SAMIRA.

ENTRADA PARA FB

INSERIR TRECHO DO CAP 200 - CENA 36 – CDC: APRESENTAÇÃO DE SAMIRA, NAS CORRENTES.

VOLTA DE FB

SAMIRA ESTÁ FRIA, TENTANDO CONTROLAR A DOR DA REVOLTA.

SAMIRA — Não posso me revoltar com isso agora. Ou vou sentir dor. Tenho que conter a minha revolta. Não quero sofrer mais do que já sofri. Chega de sofrimento.

CLARA — Você reprime seus sentimentos porque foi tratada como bicho. Os únicos sentimentos que você se permite são o ódio, o desprezo, a agressividade...

SAMIRA — Pára... Pára... Minha cabeça tá doendo. Não posso me revoltar. Você não entende...

CLARA — Mas ainda é tempo de curar esse coração machucado. Mas pra isso, você precisa começar a gostar de você mesma, apesar de tudo o que você já sofreu.

SAMIRA — Eu não consigo entender o que você fala... gostar de mim mesma...

CLARA — Pra se gostar dos outros, Samira, é preciso antes gostar da gente, de si mesmo. Entende? É isso que se chama amor próprio. No fundo, você não sabe o que é amar porque você não gosta de você. Foi acostumada a pensar em si mesma como um monstro, uma fera, uma mutante perigosa.

SAMIRA — (NA DÚVIDA) Será? (IRRITADA) Bobagem! Você só diz bobagens! Não sei porque eu ainda perco o meu tempo te escutando! Ai... minha cabeça... tô com dor... muito forte...

CLARA — Eu sei, Samira... Porque no fundo, lá no fundo do seu coração, tem uma criança gritando pra ser amada. Eu só espero que um dia você consiga olhar pra essa menina dentro de você e liberte ela dessa prisão, desse lugar escuro e tenebroso. Mas só você pode fazer isso, mais ninguém.

SAMIRA — Pára, pára com isso! Tenho um implante! Ela – a Juli – colocou no meu cérebro... Não posso desobedecer... não posso me revoltar... ou vou morrer... entende?

CLARA — Posso tentar curar você... se você deixar...

SAMIRA — Não... Você não pode curar o implante no meu cérebro... e se eu ficar do lado dela, vou ter todo o dinheiro, toda a fortuna, esta casa, a herança da família Mayer... Você não entende? Não posso te escutar, menina mutante... do dom da cura... pelo poder desconhecido pra mim... o poder do amor...

CLARA — O poder do amor vai te curar...

SAMIRA — Fique longe de mim! E nem pense em fugir! Tá me entendendo?

SAMIRA NÃO DEIXA CLARA SE APROXIMAR DELA,

CORTA PARA

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